Tristeza

Ainda cerca do post anterior, ontem apanhei mais uns quantos com o síndrome do ficar sentado até a porta abrir na sua paragem!
Mas o que assisti ontem é que foi mesmo digno de tristeza, em ambos os lados e sentidos. Ía eu no autocarro 28 junto a Santa Apolónia quando após arrancarmos da paragem ouvem se da rua uns "grunhidos", sim leram bem e já vou explicar. Era um rapaz novo, obeso e com certo atraso mental a chamar o motorista para esperar por ele e lhe abrir a porta. O motorista ignorou e continuou a marcha, parando logo à frente no semáforo. O dito jovem continuou, alcançando a porta e pedindo para o motorista lhe abrir a porta. Após uns instantes, acabou por lha abrir e deixou-o entrar.
O rapaz entrou e grunhiu novamente, gesticulando para uma senhora que se encontrava sentada no local dos 4 bancos dos lugares reservados. Note-se que dos 4, 3 estavam vagos. Após uns momentos, a senhora levantou-se e procurou outro lugar. O rapaz sentou-se, e o motorista parou o autocarro na berma, chegando mesmo a desligá-lo. Dirigiu-se ao rapaz e disse que ele tinha de pagar bilhete ou teria de sair. O mesmo ignorou-o e continuou na sua. Continuou a pedir ao mesmo para pagar bilhete ou teria mesmo de abandonar o autocarro. Uma senhora, consternada por esta atitude ofereceu-se para lhe pagar o bilhete, de modo a podermos seguir a viagem e o dito rapaz poder continuar lá dentro. Após alguma insistência da senhora, o motorista consentiu e referiu para que todos ouvissem que era a  ultima vez que o deixava entrar, pois já o conhecia e ao que parece ele fazia sempre o mesmo!
Assim seguiu viagem até ao Parque das Nações, sem pagar "tusto" e tal como os possuidores do síndrome por mim referido anteriormente, também ele só após o motorista para na paragem e fechar a porta é que se levantou, a grunhir novamente e a bater na porta da frente para o motorista lhe a abrir!

Concluindo, tenho pena do rapaz? Não! Aprovo a atitude do motorista? Sim!
É certo que o rapaz era obeso e poderia precisar de 2 bancos para se sentar. Mas haviam mais lugares e não tinha direito a expulsar uma idosa do local dos reservados para ele se sentar. Tinha atraso mental e não compreende de todo o que faz. Aceito, mas alguém tem de ser responsável por estas pessoas. E via-se que não era nenhum coitadinho, estava bem vestido e apresentável. Por fim não acho que atitude do motorista tenha sido discriminatória. Acredito que durante a jornada diária devem aturar de tudo e discriminatório seria para nós, normais, ele não lhe cobrar o bilhete só por ser deficiente mental e obeso. Todos temos os mesmo direitos e os mesmos deveres e obrigações!